É quase meia noite. O celular tá na minha frente, me olhando
e dizendo “Não vou tocar, não vou tocar, não vou tocar!”. E não toca mesmo.
Atualizo meu e-mail a cada 10 segundos só pra ver se tem algum recado seu. E não
tem. Fico de olho na janelinha pra ver se a maldita sobe trazendo o seu nome. E
não sobe nada. Daqui apouco eu vou tentar dormir, e acordar de novo e correr
pra ver o e-mail, o celular, e a janelinha, que não vão subir, nem tocar, nem ter
recado.
Sinto-me impotente às vezes, tenho a merda de um celular
caro pra cacete, um computador com um monitor gigante e a ultima versão do
programa de conversa instantânea e não posso obrigá-los a darem notícias suas.
Pra que eu tenho tudo isso então? Não serve pra nada! Esse diacho de celular
que deve fazer café melhor que eu e dar banho no cachorro não consegue trazer
você pra perto de mim?
A distância se torna apenas um detalhe, quando o amor está entre ela? |
E esse tempo que nem pra fazer você sentir saudades serve? Se
eu fosse ele, te pegava pelo braço, esfregava sua cara em uma foto minha e
falava “Olha bem! Esse cara te ama e precisa de você! Agora anda logo, liga pra
ele e diz que o ama!” Mas ele não faz. A única coisa que ele faz é aumentar a
minha saudade.
Porque eu não crio coragem e digo de uma vez “Vem pra mim,
Sua maluca de uma figa! Vem logo porque eu sei que você quer! Eu sei que você
sente falta! Vem, merda! Você pode até estar confusa, mas você sente a minha
falta, droga!” Por que eu não falo isso? Por que eu não falo de uma vez? Por
que no fundo eu tenho medo de nada disso ser verdade. E porque prometi que
nunca mais falaria isso. Por isso eu não falo.
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