Padre, é assim que reza porra!

Não se ensina ninguém a escrever. Eu considero escrever como um dom, ou no mínimo algum tipo de habilidade inata. Assim como o futebol, o teatro e o desenho é uma coisa que nasce com o sujeito. Você pode até aprender a técnica, mas técnica não faz de ninguém um escritor. Claro que não se pode negar que técnica é uma parte muito importante. Mas é o que você pode aprende. Lê e aprende, ninguém vira um mestre no assunto só porque leu muito sobre ele. Você pode ser no máximo o cara que entende da coisa toda. Que nem aquele cara que fala que o Kaká devia ter chutado no canto direito e não no esquerdo, e ainda fala assim “ah, se fosse eu...”, mas nunca é. Ele fala mal e quer dar uma de professor, mas não faz nada.

Você pode até entrar em uma escolinha de futebol, mas isso não faz de você um Ronaldinho gaúcho. Um exemplo gritante disso são as novas bandas que resolveram sair do mundo encantado dos teletubies e ir tocar no youtube. E rapidamente conseguem vários fãs que vão tentar seguir os mesmo passos e cortes de cabelo. Saber o corte de cabelo da moda ou as cores da estação não faz um cantor. Que eu saiba isso é para estilistas que ainda sim precisam ter talento e criatividade para desenvolver suas roupas.
Até chocolate tem talento...
Uma vez vieram a mim e perguntaram de onde eu tiro tanta criatividade e qual o meu segredo para escrever os textos. Eu parei por um instante, fiz uma cara de pensativo e com um sorriso cínico no rosto disse; Talento. Eu escrevo para fazer o leitor pensar “Cacete, é isso!”, “Pior que é isso mesmo” ou “Eu sempre pensei nisso, mas não sabia como dizer”. Pois é eu pensei e consegui escrever. Essa é a diferença. Perguntaram para Michelangelo como ele conseguia fazer as esculturas com tanta perfeição, e ele respondeu naturalmente  “Eu olho para um bloco de mármore e vejo a escultura dentro dele, a única coisa que eu faço é tirar o que tá sobrando”. E é o que eu faço, eu penso o que todo mundo pensa, só tiro o que está sobrando.

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Acharam o fim da página... Uma salva de palmas para Sherlock Holmes, nosso mais paciente e ilustre leitor!