Ônibus

Quem segue a triste rotina de pegar ônibus todo dia vai entender o que eu vou falar. Não tenho a necessidade de andar de ônibus  todo dia mas das muitas vezes que  precisei em algumas delas aconteceram coisas estranhas.
Os minutos  dentro de um ônibus costumam ser chatos e longos, bem longos, mas tem horas que toda a chatice e o  tédio  dão licença quando algumas coisas acontecem lá dentro e você tem a moral de assistir tudo de camarote por apenas R$ 2,50.

Uma das coisas que presenciei em um ônibus foi uma pequena briga que começou mais ou menos assim:

“Porra, você fica encostando em mim!”
“Você ta pensando o quê? Que eu sou  viado, seu  bosta?!”

Resolvi não colocar o resto da conversa por bom senso. Bom  senso que os indivíduos não tiveram, porque quando a galera do buzu inteiro percebeu que aquilo ali era uma  discussão de verdade, eles já estavam aos tapas. Sim, nos tapas e murros. Pareciam duas gazelas.
Foi mais ou menos assim.
Alguns riam bem alto,  outros disfarçavam, e outros se esquivavam dos murros fora do alvo... eu não fiz nada alem de aumentar o volume do meu som, que até hoje lembro, estava tocando “Octavarium” da banda Dream Theater,  e pensei comigo “ Se for parar pra ver, R$ 2,50 não ta tão caro” . Um camarote pra uma briga dessa valeu muito apena.

Quase impagável foi a reação do pessoal de mais idade que olhava como se dissessem : “ Que horror!  Isso não acontecia na minha época” , enquanto outros falavam “Por favor, Parem!, Vão brigar lá fora!”
A briga teve duração de  mais ou menos 30 segundos até que um cobrador, morrendo de medo, foi separar os dois. Alguns minutos depois um estava em pé lá na frente e outro no fundão, os dois contando suas  versões da briga para as pessoas que os cercavam.
Ele quase me acertou, mas eu acabei com ele...
A outra coisa que aconteceu  é uma historia típica de um motorista filho da mãe, desta vez eu estava sentado próximo  ao cobrador, e no banco ao lado  tinha uma senhora que aparentava ter uns 40 anos e dormindo meio que  profundamente, até ai tudo normal.

Alguns minutos se passaram, e a senhora não demonstrava qualquer sinal de que iria acordar do sono profundo, lembro que ela estava segurando uma bolsa no colo com a cabeça baixa.
De repente eu, e não somente eu como o  ônibus inteiro , se surpreendeu quando o filho da mãe do motorista  freou de uma vez em uma decida. E a pobre mulher que  estava dormindo , a uma altura dessa bem acordada,  rolou que nem um tatu-bola até o meio do ônibus. Pronto  acho que não preciso falar mais nada.

Resumindo, R$2.50 é muito barato e vale apena.

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Acharam o fim da página... Uma salva de palmas para Sherlock Holmes, nosso mais paciente e ilustre leitor!