Faz uns dez minutos que eu estou sem internet aqui em casa.
Para alguém que tem um blogue, não ter internet é como ver o programa do Jô sem
o Jô, ou seja, simplesmente não dá. Eu sempre pensei que fosse controlado,
achava que essa mania por internet era só falta do que fazer, que eu ficaria
dias sem ver e-mails se eu quisesse.
Coitado de mim. Nesses dez minutos sem internet, tentei olhar meus
e-mails sete vezes. Tentei abrir a internet quinze vezes pra ver se ela voltava. E entre uma tentativa e outra, já toquei “Stairway to heaven” no
violão, já fui ao banheiro e mudei a posição dos meus bonecos de mesa duas
vezes. Agora dois deles estão sentados na borda do meu monitor e um está se
preparando para voar de helicóptero. Isso sem falar que estou a três minutos
escrevendo isso aqui.
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Se eu não tivesse um blogue estaria tão desesperado? Tenho
que confessar, provavelmente sim. Fico impressionado quando mando um e-mail e a
pessoa demora dias pra me responder por que “só abro o meu e-mail duas vezes na
semana”. Duas vezes eu vejo o meu em um minuto.
A internet me ajuda a manter meu namoro a distancia dentro
dos limites do controlável para eu não enlouquecer de saudade, e nem sempre
funciona. Mas um dia eu apago ele de repente, quebro o monitor com uma
cabeçada, quebro o teclado no joelho e
jogo o desktop pela janela, mas hoje não.
Já se passaram vinte e um minutos. E entre a primeira
palavra e essa aqui, eu já tentei ver se voltou dezesseis vezes, toquei
“Everlong” no violão e mudei os bonecos mais três vezes. Fico só imaginando
quando vou morar em uma ilha distante comendo caranguejo e dormindo em uma
rede. Só não posso morar em uma choupana com teto de palha porque se chover
molha o notebook e atrapalha a conexão WiFi. Mas não sou viciado, ia levar o
computador só pra não abandonar vocês.
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Se esse lugar existe eu vou morar lá |